Ensino a Distância e Recuperação de Aprendizagens
4º Questionário a Professores
15 de Setembro de 2021
O Centro de Economia da Educação da Universidade Nova de Lisboa publicou recentemente um estudo que retrata a visão dos professores do ensino básico e secundário sobre o impacto da pandemia na aprendizagem dos alunos - http://bit.do/fRitZ.
Os resultados indicaram uma preocupação generalizada, sobretudo nas escolas públicas, acerca dos atrasos nas aprendizagens.
Durante o período do Verão de 2021 contactámos de novo os professores, por forma a aferir as suas expetativas face ao novo ano letivo.
Apresentamos os resultados preliminares obtidos com base nas 674 respostas recebidas desde o dia 13 de julho até ao dia 12 de setembro de 2021.
Globalmente, nos dados abaixo reportados, concluímos que as perspetivas de recuperação dos atrasos das aprendizagens são muito diferentes de professor para professor. Mantém-se também alguma tendência para um menor optimismo junto dos professores das escolas públicas.
Cerca de 3 em cada 4 professores prevê que os seus alunos irão precisar neste novo ano letivo de algum tempo para recuperar os atrasos nas suas aprendizagens.
A perspetiva de recuperação é mais optimista entre os professores que ensinam nas escolas privadas: apenas 26% prevê que o período de recuperação se extenderá para além do 1º período do novo ano letivo.
Entre os professores das escolas públicas, essa percentagem sobe para 40%.
É pequena a diferença entre o tempo de recuperação previsto pelos professores que lecionam no 1º e 2º ciclos do ensino básico e os que lecionam no 3º ciclo do ensino básico e no ensino secundário.
Também quisémos saber quantos alunos é que vão conseguir recuperar totalmente os atrasos durante o ano letivo.
6 em cada 10 professores não acredita que todos os seus alunos irão recuperar as aprendizagens perdidas durante a pandemia.
Nas escolas públicas, 61% dos professores pensa que não será possível que todos os alunos recuperem as aprendizagens. Nas escolas privadas essa percentagem é ligeiramente inferior, 53%.
A percentagem de professores que acredita que nem todos os alunos irão recuperar as aprendizgens é semelhante entre os professores do 1º e 2º ciclos e do 3º ciclo e secundário.
Finalmente, entre os professores das escolas públicas, as opiniões dividem-se acerca da contribuição do Plano de Recuperação de Aprendizagens do Ministério da Educação (Plano 21|23 Escola+).
No entanto, em termos médios, há um ligeiro optimismo: numa escala de “1 - Não vai contribuir nada” a “7 - Vai contribuir muito”, a média das respostas situou-se em 4,2.
A percepção acerca da eficácia do plano de recuperação de aprendizagens é semelhante entre professores do 1º e 2º ciclos e do 3º ciclo secundário.
A maioria das respostas, 77%, foi recolhida junto de professores que lecionam em escola públicas.
Cerca de 45% dos professores de escolas públicas que responderam dão aulas a alunos do 3º ciclo do ensino básico e ensino secundário.
No ensino privado predominaram os professores do 1º ciclo, 32%, e do Ensino Secundário, 28.1%.
Os resultados deste inquérito continuarão a ser reportados no site do Centro de Economia da Educação da Universidade Nova de Lisboa.
Qualquer questão poderá ser colocada através do e-mail: economicsofeducation@novasbe.pt.
Equipa de Investigação: Ana Balcão Reis, Gonçalo Lima, Luís Catela Nunes, Pedro Freitas e Diogo Conceição.